terça-feira, 1 de novembro de 2011

COHN, Gabriel. Critica e Resignacao Parte II - A difícil integridade

COHN, Gabriel. Critica e Resignacao

Parte II - A difícil integridade

Capitulo 1. Racionalidade e compreensão

"Weber também jamais se dedicou a um confronto explicito com a dialética marxista. E precisamente por isso que, apesar da obvia importância de Marx – ou melhor, das concepções do marxismo que circulavam na época de Weber – para suas próprias idéias, enquanto ponto de referencia negativo, não há necessidade, no presente trabalho, de estabelecer um confronto direto entre ambos esses pensadores (...) parece estar suficientemente comprovado que realmente Weber sempre trabalhou a margem do pensamento de Marx, sem jamais atravessa-lo criticamente" (COHN, 2003, p. 117).

"Convem, de qualquer modo, advertir desde logo, contra a tendência, encontradiça na bibliografia, de apresentar Weber como uma espécie de paladino antimarxista, preocupado com a formulação de uma contrapartida idealista ao materialismo histórico" (COHN, 2003, p. 117).

Em sua própria vida Weber enfrentou este problema. Honigsheim (seu amigo e discípulo) afirma que um historiador, DElbruck, "tentou difundir a idéia de que a tese de Weber sobre a relação entre calvinismo e capitalismo constituía um caspo exemplar de idealismo antimarxista" (COHN, 2003, p. 117), mas Weber retrucou afirmando que não aceitava isso, sendo muito mais materialista do que Delbruck pensa.

Há afirmações de Weber "de que ele estava mais preocupado com 'completar' a obra de Marx do que com refuta-la diante a inversão da sua perspectiva"

Stern chega a afirmar que se tomarmos a obra da sociologia da religião de Weber como um todo, chega-se "a uma conclusão exatamente inversa daquela que formula na Etica protestante. Toda sua obra esta permeada por uma convicção: a organização de uma sociedade e as correntes de pensamento que a animam são, em ultima analise, o produto da relação de forcas entre as camadas que a compõem. Eis o que nos aproxima considerávelmente da concepção de Marx! (STERN apud COHN, 2003, p. 118).

Ponto em comum entre os dois: "posição central atribuida aos problemas da sociedade capitalista na obra de ambos, ainda que com a diferenteca de que num caso isso conduz a uma critica revolucionaria e no outro a uma critica marcada pela resignação". (COHN, 2003, p. 118)

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