terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sociologia IV – Sociologia alemã

Sociologia IV – Sociologia alemã

Prof Antronio Flavio Pierucci

Aula 1.

Na sociologia alemã da virada do século há a noção de sentido relacionada ao subjetivo. Calligaris: na psicanálise, indivíduos que tentam dar sentido/explicação a tudo podem ser considerados em estado paranóicos.

Simmel e Weber são neokantianos, tendo uma idéia bastante limitada de ciências. Pretensão de não avançar demais na capacidade explicativa. Uma ciências reflexivamente cientifica deve ter modéstia explicativa: há coisas que não tem explicação, que simplesmente acontecem.

Weber pensa que porque uma coisa aconteceu não necessariamente ela ocorrera novamente. Na historia a coisas que não se repetem, mas há também fenômenos recorrerntes, que se repretem as vezes: ambos podem ser cientificamente trabalhados. Os fenômenos puramente históricos (que não ocorrem novamente) não são passiveis de explicação sociológica/antropológica.

Sociologia estuda a sociedade moderna (falamos mais em sociedade moderna que em sociedades modernas, como se houvesse uma tendência a homogeinizacao): divisão entre as sociedades modernas e as tradicionais – historiciza o objeto. Sociologia estuda a sociedade moderna, a transformação das socieadades em modernas, sua semelhança e contraposaicao em relação as tradicionais. Sociologia estuda este processo de modernização, a passagem, transição das sociedades tradicionais para a sociedade moderna.

Processo de modernização aparece em Durkheim (solidarieadde mecânica para organiza), Marx (pré-capitalistas para capitalistas) e Weber (tradicionais para modernas).

Dissolução dos laços tradicionais: sociedades modernas são sociedades pos-tradicionais. Sociologia estuda as formas de desagregação das sociedades pré-burguesas. Uma critica sociológica ao senado brasileiro o considera sob a ótica da manutenção de determinados aspectos tradicionais.

Se por um lado a antropologia estuda a cultura, a economia o econômico, a ciência política a política, a sociologia estuda, por sua vez, a sociedade de maneira global. Todas as vezes que as sociedades se racionalizam elas se modernizam: dois processos de racionalização, o teórico e o pratico.

Distinção clássica na sociologia alemã: Ferdinand Toennies (pré historia da sociologia alemã)

Comunidade (gemeinschaft): anterior; membros do grupos não são mais que membros deste grupo; todo como maior que a soma das partes; grupo transcende cada um dos indivíduos; não necessariamente deve haver igualdade: exemplo de que há subordinação da crienaca com relação aos pais.

Sociedade (usamos associação, societário) (geselshaft): posterior; individuo como anterioridade ao grupo decidem forma-lo; pode-se e há mais possibilidade de criar relações de igualdade.

Weber identifica a possibilidade de se estar em um grupo comunitário em vias de societarizacao. Há também a possibilidade de um grupo societário (pessoas unidas por laços racionais) criarem laços afetivos , processo de comunitarizacao. Weber propõe uma distinção diferente de gemenschaft (comunidade) e geselschaft (sociedade). Nos termos weberianos: vergemeinschaftung (comunitarizacao, comunilazacao) e vergesillschaftung (societarizacao). Idéia de que não exite apenas dois tipos estáticos, mas dinâmicos: comunidades em via de se tornar associação e associacao em via de se tornar comunidade.

O processo de societarizacao constitui uma modernização direta (dissociação das características comunitárias do grupo para assumir traços modernos, na linguagem de Habermas).

Aula 2.

EM 1904 (mesmo ano que escreve Ética Protestante e o Espirio da Capitalismo) escreve A objetividade do conhecimento nas ciências sociais. Maneira como Weber pensa a ciências, tal como Simmel. Lembrar de Magrite, artistas pensadores da estica, alguns inclusive sendo lideranças capazes de ter adeptos. Em Weber e Simmel o campo cientifico, tal como o estético, se conscientiza de que quando a ciências nos mostra a realidade ela o faz de uma forma distanciada da realidade: ciência moderna e arte moderna não copiam a natureza. Magritte: isso não e um cachimbo, mas a representação de um (muito diferente do pensamento artístico renascentista: o artista moderno perde a inocência de reproduzir a realidade).

A ciencia social faz uma apreensão não inventiva da realidade. Uma abordagem do real, uma aproximação. Para os neokantianos, como Weber e Simmel, para que este processo de aproximação da realidade seja bem sucedido ele precisara passar por um processo de afastamento da relalidade (ex: mapa e simplificado, diagramado: sabemos que e real apesar de não ser real). A arte moderna encontra-se cada vez mais crente de sua incapacidade de copera a realidade, não querendo, inclusive, faze-lo.

A ciência moderna também esta consciente de sua impossibilidade de copiar a realidade. Weber tem muita clareza acerca disso, por ser um neokantiano da escola de Baden: autores como Rickert e Lask (existe também a escola neokantiana de marburgo)

Vê a realidade como impura. O conceito cientifico tem a pretensão de ser puro. Cientista olha para a realidade e vê formas que interessam a determinados traços do interesse de conhecimento desta ciência: simplifica e puxa para um campo determinado por você. A ciência moderna faz a realdiade e não faz a realidade: desistência da idéia de que a ciência aprendera o real nos entregando tal qual ele e/existe. Inclusive na historia: distorção, embora acompanhemos o real: algo como ouvir o jogo de futebol no radio.

Processo de categorização subjetiva: so consigo ver as coisas pela razão humana. Fluxo inesgotável de acontecimentos: daí a impossibilidade de descreve-la em sua realidade. Necessidade de recorte inerente ao pensamento neo-kantiano.Simmel aponta para a modéstia da ciências: relação mais intima com os objetos ao nos distanciar deles. Bebem em Laski, que fala de um haitus irrationales entre o sujeito cogniscente e o objeto a ser apreendido: não se chega a realidade diretamente, mas por meio de pontos, conceitos. Processo de aproximação me entrega não o objeto real, mas a sua construção conceitual. Ou seja, há entre o sujeito e o objeto um hiatus irrationales, inntransponivel, fazendo-se necessário o uso de pontos, ou seja, conceitos para a aproximação com o objeto.

Não mais falamos aqui do cientista do século XVIII, seculod as luzes: não mais com esta crença absoluta na ciência, mas sim no cientista que sabe suas limitações. Uma nova modéstia que usa retiscencias, e não pontos finais.

Métodos aqui no sentido de uma teroia do conhecimento. Weber: So se pode fazer por tipos idéias, e não reais. Conceitos bons/contundentes a serem utilizados na abordagem do real. Cohn: o cientista não relaciona as coisas em si, mas estabelece as relações entre os conceitos.

Weber vê a economia como uma luta por recursos escassos. O caráter de um fenômeno "sócio-economico" não e objetivamente dado, mas assim o tonrna o meu interesse por ele. Cohn: Ciência lida com problemas que dão significado aos eventos, tornando-os interessantes para analise. Eles não são sócio-economicos por si mesmo, nos o tornamos sócio-economicos. Ou seja, as áreas da realidade se definem de acordo com o interesse do cientista. Sociologia: tentativa de chegar ao real e incompleta, parcial. Nos a representamos, tal como a arte moderna o faz. Condicionada pela nossa orientação do interesse de conhecimento. Interesse por determinado tipo de recorte da realidade. Esta, a realidade, e imensurável: nossa razão humana e limitada, incapaz de chegar na realidade tal como ela e. Nos a simplificamos tendo/mantendo um lastro nela. Portanto um cientista deve ter imaginação, método, disciplina e modéstia.

Ciência como vocação: Ciência nos mergulha em um caminho sem fim nem retorno. Daí que se entende a tentativa de reviravolta da religião (se baseia em verdades do passado, já a ciência tenta puxar para a frente). Ciência como a arte de fazer descobertas com modéstia. Discurso cientifico e simplificador daquilo que e.

Vejamos a influencia marxista de Weber quando em 1904, já fazendo sociologia, trabalha em cima dos conceitros de fenomecos econômico-sociais (muito diferente da definição durkheiminiana do objeto). Cai na prova: Distinções entre os fenômenos econômico-sociais: a) FENÔMENOS econômico sociais: eventos complexos deles, normas e instituições "cujo significado cultural para nos repousa basicamente no seu aspecto econômico": vida econômica e da bolsa, ou seja, econômico em sentido estrito; b) Fenômenos não econômicos economicamente relevantes (eficazes): mesmo sem ser econômicos, tem efeitos na ordem econômica (ex: certas crenças religiosas); c) Fenômenos não econômicos economicamente condicionados: ou seja, fenômenos com influencia mais ou menos intensa de motivos econômicos. Difere de Marx pois para este pensador há uma determinancia aonde Weber vê apenas condicionantes.

Se pensássemos no linguajar marxista, Weber admite a influencia da super estrutura sobre a infra estrutura econômica (o que seria o monto 2 da distinção weberiana). Ou seja, Multicausalidade, ponto ue distingue abertamente Marx e Weber.

Weber opões a fantasia positivista de abrir a mente para a entrada dos fatos tais como eles são. Reconhece o caráter simplificador da ciência, sua parcialidade: processo de ir chegando perto da realidade, e não sua apresentação imediata do real, indicutivel. Ciência, ao contrario da religião, permite o questionamento e da respostas provisórias a serem constantemente ultrapassadas, muito diferente dos dogmas religiosos.

Algumas das descobertas cientificas, mesmo quando traduzidas para uma linguagem acessível a leigos não desperta o interesse de todos, pode se restringir ao interesse dos cientistas. Estes transformam a realidade em intersubjetividade. Não se trata de afirmar que a ciência tira a validade da religião, tal como não podemos falar no fracasso da ciência quando grande parte da população não aceita os postulados darwinistas.

Processo de racionalização em que cada instancia recebe um impulso de lógica ate o fim, gerando uma heterogenidade e não homgenidade. So imaginando que as pessoas levem seus valores ate o fim que podemos conceber que a sociedade moderna não conflui, não leva para o "mesmo lado".

A ciencia como vocação exige que se milite por ela, pois as pessoas que seguem outras áreas não exitariam em militar por suas respectivas. A modernidade cultural surge como um politeísmo dos valores. Cada valor básico da modernidade chama cada um de nos. O fardo da modernidade e a necessidade de se fazer uma decisão. Os valores se apresentam mais ou menos com a mesma forca, não há um valor dominante. Se pergunta qual o sentido útil de se entregar a determinado valor.

Proposta de se pensar radicalmente, a partir de tipos ideais: ou se e uma coisa ou não se e. Indagar com a proposição como se fosse! Realidade e misturada, mas para compreende-la devemos pensa-la idealmente, como se fosse uma coisa organizada (ou isso ou aquilo). Olha para a realidade como se ela tivesse mais coerência do que tem, sabendo que não e bem assim.

Geertz já com a revolução lingüística(significação da realidade), diferente da sociologia compreensiva de Weber, na qual não havia ainda essa coisa de entender a modernidade a partir dos corpos (idéia pos-foucaultina).

Aula 3.

Como se houvessse uma racionalização na passagem da comunidade para a sociedade moderna, sujeitos agindo de forma mais racional. Conceitos sociológicos fundamentais, texto de 1904, em que abordaremos quatro tipos de ação social.

Trata-se de tipos ideais: lembrar a idéia neokantiana de que os conceitos não copiam a realidade. Não parte de uuma construção indutiva da realidade, mas dedutiva e racional. Weber também os chama de tipos puros: reitrada das pequenas variações para ter uma definição, uma pureza lógica, para ser claro. A realidade e msiturada, o conceito e puro. São idéias, não foram tirados pela razão da realidade, mas sim a priori, não da experiência, mas da lógica. Há coisas que se pode apreender antes de ir a campo. O resultado da pesquisa se da pela aproximação da realidade por meio dos tipos. Weber não precisou ver Lula para construir o tipo carismático, mesmo pois há toda uma mesclagem de características no governo Lula que o afastariam do tipo puro.

No universo kantiano, a faculdade humana exitem dois tipos de razão: a) Raxzao teórica: conhecimento/; e b) Razão pratica: acao. Para Weber a racionalidade surge como uma característica, uma racionalidade teórica: conhecimento racional. Razão: estabelece relações racionalmente (teóricas) – o agir pratico como exercício da racionalidade.

Weber vê a associação entre um de racionalização teórica (capacidade de se exercer controle teórico sobre a realidade: trata-se de uma potencia de dominação) que esta por traz de um processo de estímulos que gera a razão pratica. Seu interesse e tratar da razão pratica, e não da teórica, que cabe a filosofia. A razão pratica se opõe a teórica.

Desdobra a razão pratica em dois tipos de ação (social) racional: o referente a fins e o referente a valores:

  1. Ação racional referente a fins: Orienta suas ações entre fines, meios e conseqüências secundarias (ou seja, relaciona meios e fins em relacoes as conseqüências secundarias, assim como os fins diferentes entre si) (p.16). Relação com a acao racional instrumental (segundo a escola frankfurtiana: racionalização baseada na colonização de nossa vida, baseada na racionalidade instrumental). Quando você atingiu determinado fim quer dizer que você usou os meios corretos a determinado fim: agir de uma técnica racional: ser humano agindo racionalmente a partir de um nível de racionalidade técnica. Sociologia compreensiva: base na idéia de que os indivíduos não so são racionais como agem racionalmente. Há uma forte relação com o sucesso da ação e os fins empregados. O fim não pode ser vago, nebuloso. Deve ser claro: cabe ao agente utilizar os meios adequados para atingir este fim. Uma parte destas ações se tradicionaliza, e a repetição constante cria um habito alienado. A racionalidade refernte a fins pode ser com relação a racionalidade dos fins, o que torna mais fácil a escolha dos meios para atingir este determinado fim (trata-se de uma racionalidade eletiva); que se difere da racionalidade dos meios, racionalidade técnica em que e mais fácil ser julgada, se baseia na eficácia, no sucesso.

  2. Ação racional com relação a valores. Reino da racionalidade extremamente complexo. São da ordem da racionalidade ética (entre os valores há o dever) e não pratica. Agimos não interessados em atingir determinado fim, mas sim na ação. Crença consciente no valor, independente do resultado (p.15).Nao esta interessada em alcancar algo como objetivo, (racionalização da vida não so no sentido da racionalidade instrumental, mas também a partir de convicções). Valores que te dizem: você deve agir de tal forma. Valores que te mobilizam de maneira imperativa: se tu deves, podes. Agir com valor independente de sucesso: não passível de um julgamento do ponto de vista do sucesso, do ponto de vista de quem esperava uma racionalidade referentes a fins parece irracional. Como observador, temos que fazer uma grande ginástica interpretativa, que não ocorre no primeiro caso. Nos sentimos como deveres, mandamentos. Não interessa nem o resultado, muito menos as conseqüências secundarias. O que importa e a ação e não seu resultado, tem valor em si mesmo (p.15).

Estes dois tipos de ação, duas ações racionais, se distinguem das outras daus: afetiva e tradicional (nestas, já ouve o momento da racionalidade, mas se desgastou, são inorporadas, saem da consciência e vao para o corpo a partir da rotinizacao.

Quando falamos em racionalidade técnica ela admite o progresso (possibilidade de melhorar nossa técnica), quando falamos em racionalidade ética não se supõe seu avanço. Há grande parte de nossas vidas em que há a abertura de nova técnica. Muitas vezes nos enganamos em acreditar que impomos certos dispositivos a outras culturas que o desconhecem. Ora, no nivel da racionalidade técnica em que não há valores, parece fazer mais sentido que há uma aceitação das culturas não-ocidentais das técnicas ocidentais. Níveis em que isso ocorre e pode beneficiar as pessoas de culturas mais tradicionais: facilitar o manejo com o problema do contemporâneo.

Racionalidade técnica em avanço: inovações tecnológicas na industria. Por sua vez, não existe esta relação na arte, por exemplo: o critério estético, o comportamento ético são exemplo de coisas não passiveis de progresso. A idéia de progresso esta inseparada da de tecnologia – talvez o único campo em que possamos pensar que esta melhor: avancoes científicos, ou seja, melhor na maneira de lidar com problemas cotidianos (isso não quer dizer que nossa vida esteja melhor).

Longe de Weber estar clonando Kant: este ultimo não fez sociologia, já o primeiro se interessa pela passagem da sociedade tradicional para a moderna. Processo de racionalização das ações tradicionais. Mesmo as ações tradicionais hoje estão abertas a um processo de racionalização de um objetivo, ou a um valor (a própria tradição, por exemplo). Processo de racionalização em relacao a fins: tecnologizacao (racionalidade técnica); ou de valorização: processo de se criar valores (racionalidade axiológica), avanço da racionalidade do valor.

Racionalizar um costume significa tirar dele o que lhe faz ser um costume (do inconsciente para o consciente). O grande conceito da sociologia de weber não e a racionalidade, mas o processo de racionalização. Por um processo histórico foram se formando vários processos de racionalização de um grande processo de racionalização, que se da no palco do ocidente: uma maneira peculiar de olhar o mundo: uma idéia de racionalização civilizacional. Pode ser chamado de racionalismo de dominação do mundo, desencadeando uma lógica que se autonomiza. Entrada dos conceitos como dinâmicos, e não estáticos como apresentados conceitualmente.

Processo de modernização: avanço da racionalidade instrumental (já fortemente presente no campo econômico), alem da racionalização instrumental da política: formação de uma burocracia voltada para a resolucao de prolemas. Ou seja, se exerce na política e na economia. Daí uma carência do que em Kant na racionalidade do dever, para o desenvolvimento ético do homem. Frankfur: ganho em racionalidade técnica, perco em liberdade, da possibilidade de desenvolvimento ético dos homens, enquanto esse perde liberdade, frente as burocracias, por exemplo. Ideal de felicidade toma o lugar do valor da liberdade (em Kant o valor supremo e a felicidade).

Os conceitos com que trabalha a sociologia de Weber são os tipos idéias: uma descrição referida a realidade mas que não pretende copia-la: são tipos lógicos, puros, a priori, independentes da experiência. Sistematização coerente desses conceitos, mostrando que entre conceito e realidade não há identificação, mas um distanciamento.

Aula 4.

Simmel influencia no interacionismo simbólico norteamericano: vida formada por interações, relações entre seres humanos: somos humanos por estabelecer relações sociais. Hoje trabalharemos com o conceito de "relação social". Para Weber a unidade ultima e a "ação social", que independe da relação social (diferindo-se de Simmel por dar um passo mais atrás).

Considera a acao social o atomo ultimo, indivisível da sociologia. Pode se tornar uma relação social. Sociologia da ação: somos humanos pois agimos socialmente. Como individuo sou social, trancado no meu quarto já estou agindo socialmente. Não e ação social o abrir de guarda-chuvas como reação a dado natural.

Ação social tem sentido com relação a um comportamento dos outros. Mas o que e o sentido? Agimos em função de um entendimento: não agimos so no plano das coisas, mas no plano das pessoas. Sociologia compreensiva: poderíamos dizer que nos agimos para nos compreender uns aos outros, não aumentar o conhecimento, mas o entendimento. Desenvolvimento de uma racionalidade pratica compartilhada por nos. Agimos pensando no comporamento que os outros vem em nos (portanto impossível ser um mentiroso 100% do tempo).

Quando não há entendimento pela ação, estabelecemos um dialogo perguntando o que significa isso? O professor chega todo encapotado em um dia quente e não entendemos o sentido, a intenção disso: age-se assim pretendendo o que?

Sentido, significado, significar: sense, meaning, to mean: a) significar, querer dizer; b) entender, ter em mente, intentar, tencionar.

A ação humana tem a ver com a intencionalidade: portanto o sentido subjetivo que dou quando pratico determinado ato: ele não esta objetivmanete dado. Nossas ações expressam muito de nossa subjetividade e sentido. Direção: a ação deve ser de acordo com minha intenção, expressando em um certo conteúdo direcional. A racionalidade da ação racional com relação a fins e mais imediata. Agimos como se falássemos.

Atentemos que razão = logos = palavra -------- verbum. Do logos temos logicom, racional: Aristóteles: "homem como animal racional". Sentido remete a logica: frente a explicacao de porque o professor veio encapotado em um dia quente, dizemos: faz sentido, make sense.

Agimos racionalemnte, agimos de maneira lógica. Weber, neokantiano que era, dizia que o mundo do sentido e o mundo humano; enquanto o mundo natural e o mundo da causalidade necessária, da explicação e não do sentido. Heinrich Rickert: neokantiano mais influente em Weber.

Trombar dos ciclistas não e uma relação social, não resulta de duas ações sociais: não há sentido, mas explicação por leis naturais. Formação da idéia de desencantamento do mundo como perda de sentido. Ciência nos convence que terminado comportamento não tem sentido, explicando-o cientificamente (de alcance naturalista, tirando o sentido da conduta humana, fazendo explicações por leis gerais).

Ciencais humanas: pessoas agem com sentido, visando determinado sentido e dando sentido! Quanto mais o homem solta sua imaginação mais sentido pode ele dar. Agente humano: portador de sentido subjetivo: para Weber não há sentidos objetivos. Cuidado para não se exagerar na busca de sentido para tudo, pois nos afastamos da visão cientifica de mundo, que explica muitas coisas e a outras atribui o acaso, podendo conduzir a um estado de paranóia. Como bom neokantiano: no nível de acontecimento de natureza há espaço para a explicação, mas também para o acaso.

A sociologia weberiana nos ajuda a isolar o setor humano de sentido, pois há agentes que agem com sentido. Paranóia pensar que as coisas da natureza também tem um sentido, um agente por trás. Pensemos no embate darwinismo (espaço para o acaso) X religião (crer num sentido por trás das cosias). Hoje, num momento de avanço acelerado das ciencais naturais que vão limpando o mundo de crendices: desencantamento do mundo pela ciência natural moderna. O avanço da ciência se difere do avanço da disseminação do conhecimento cientifico: pessoas tem direito de não acreditarem no discurso cientifico. Por isso fazer ciência e uma luta, alem de uma comunicao entre cientistas, mundo da elite.

Para entender a ação social vejamos a relação social e seus dois tipos. Relação: espera-se um certo comportamento. Relação social: recíproca, mas não precisa ser de ações de mesma natureza, podendo ser de pólos desiguais: relação mãe-filho. Coisas complementares são partes da mesma ação (ex: compra e venda). Repreticao da relação sociail se da pelos atos frequentemente repetidos com determinado sentido. Portanto regularidade das ações. Nossa comunicação e racional, impossível constgruir tudo em cima de mentiras.

Ação social: agir em referencia ao sentido, com relação ao comportamento do outro. Relação social: agir em referencia ao sentido dado pela relação.

Relação tende a regularização e previsibilidade quanto ao comportamento das pessoas. Primeiro e recíproca, depois se repete. Exatamente por sermos racionais e livres somos previsíveis, agindo como tais, racionais e livres. Ex: possibilidade de investigação no romance policial por o criminoso também agir racionalmente (imputamos a ação a determinado individuo por uma regularidade tradicional ou raciona). Visão muito otimista, que da validade/possibilidade a ciencia. Tipo ideal e preto e branco, nada de cinzento.

Distinção entre relação comunitária e societária (associativa): lembrar da distinção gemeinschaft e gesellschaft. Existem 4 tipos de ação social: a) racional referente a (meios e) fins; b) racional referente a valores; c) afetiva; d) tradicional.

Ora, para "a" e "b" temos a relação associativa; para "c" e "d" temos a relação comunitária, em que o sentimento de pertença se funda no afeto ou na tradição.

Vemos aqui a possibilidade de um conceito esclarecer o outro. Processo de modernização que racionaliza a ação sae-se do âmbito das esferas das relações comunitárias para o reino da relação associativa (que equivale a passagem do tradicional ao moderno). Processo de racionalização.

Na realidade a maior parte das relações sociais tem as duas características. Pode-se viver uma relação de tipo associativo com o convívio se desenvolver um outro sentimento (uma classse de aula vira turma, ocorrendo eventos e criando um sentimento de pertencer ao grupo).



Nenhum comentário:

Postar um comentário