quarta-feira, 1 de julho de 2009

Fichamento: As estruturas elementares do parentesco; Claude Lévi-Strauss - Capítulo 1 – Natureza e Cultura.

Fichamento: As estruturas elementares do parentesco; Claude Lévi-Strauss
Capítulo 1 – Natureza e Cultura.
1. Repúdio a distinção entre estado de natureza e sociedade: As mais antigas das organizações sociais já tinham uma cultura, portanto, o problema está nas várias propostas de distinção
2. Trata-se de uma distinção lógica, na falta de uma significação histórica aceitável, utilizada pela sociologia como instrumento metodológico. Enquanto o fator biológico relaciona-se com a natureza, o indivíduo enquanto social relaciona-se com a condição.Um estímulo físico-biológico e outros psicossocial podem gerar relações do mesmo tipo, sendo que, na maioria dos casos, há uma integração entre ambos: "a cultura não pode ser considerada nem simplesmente justaposta nem simplesmente superposta á vida".
3. A dificuldade se inicia, portanto, na análise: Qual fator é biológico e qual é cultural? " Por que mecanismos atitudes de origem cultural podem enxertar-se em comportamentos que são de natureza biológica, e conseguir integra-los a si?". Ou seja, os problemas das passagens entre as duas ordens.
4. Problemática cíclica em se estudar tal dicotomia por meio da separação de um bebe do convívio social.
5. Meninos selvagens encontrados no Século XVIII serviriam ao caso sem as problemáticas do artifício, mas a razão para o abandono era muitas vezes um problema mental ou congênito da criança.
6. Muitas dessas crianças, por seus afastamentos com a cultura, foram chamadas de idiotas congênitos
7. Pela imprescindível necessidade humana de sociabilidade, seria problemático o experimento, "dado que não há um comportamento natural senão o doméstico". O homem é doméstico pois é domesticado por outros homens.
8. Portanto, inexiste a possibilidade em se ver no homem uma ilustração de comportamento de caráter pré-cultural, e se estudarmos nos animais mais evoluídos um esboço do que seria a cultura, um estudo voltado aos mamíferos superiores, macacos antropóides? Um esboço do "modelo cultural universal": linguagem, valores estéticos, morais ou religiosos.
9. Pode até haver tais elementos, mas são muito pobres. Se o macaco tem a possibilidade de utilizar a linguagem quando forçado para tanto, porque não o faz naturalmente?
10. Impossibilidade de conclusões pela experiência. "Vida social dos macacos não se presta à formulação de nenhuma norma". Não há regularidade no comportamento nem do individuo, nem do contexto. A solução aos problemas é dada por meio de erros e acertos, e a relação de dominação entre animais é irregular.
11. Macacos antropóides: Mais gostos do que outros animais, na vida sexual, um comportamento semelhante ao homem, tanto no que se chama de normal como no que de anormal (contra as convenções sociais). Portanto, individualização do comportamento assemelham-no ao homem. Há um erro, assim, em Malinowski, de que o comportamento sexual dos machos antropóides são comuns na mesma espécie.
12. Não há nem um domínio normativo instintivo como nos mamíferos inferiores, nem normativo cultural como no homem.
13. Assim, a ausência de regra surge como a mais segura distinção de um processo natural do cultural. Impossível observar um fenômeno sendo exclusivamente cultural ou natural. Cultura: "instauração no [...] grupo dificilmente pode ser concebida sem linguagem.
14. Presença da regra, critério mais valido para ver onde há cultura: "Que tudo quanto é universal no homem depende da ordem da natureza e se caracteriza pela espontaneidade, e que tudo quanto esta ligado a uma norma pertence a cultura e apresenta os atributos do relativo e do particular". Proibição do incesto: Regra universal entre os grupos sociais.
15. Relatividade da questão da exceção.
16. Casamentos pode ser proibido de maneiras diferentes nas diferentes sociedades. O incesto sendo permitido (exceção) poderia ser restrito a uma certa categoria social
17. Ou o incesto, como no Egito, sua permissão (exceção) permitida aos primogênitos. Portanto, é universal e normativo, uma vez que sua proibição tem como sanção desde a morte, ate um ritual místico ou uma aversão moral.
18. Proibição do incesto: caráter universal (portanto natural) e normativo (portanto cultural)
19. Lévy-Bruhl: " questão do incesto [...] não admite solução nenhuma [...] É inútil perguntar por que razoes o incesto é proibido. Esta proibição não existe [...] ninguém pensa em proibi-la. É alguma coisa que não acontece. Ou se, por impossível isso acontecesse, seria alguma coisa inaudita, um monstrum, uma transgressão que espalha o horror e o pavor. As sociedades primitivas conhecem a proibição da autofagia ou do fratricídio? Essas sociedades não tem mais nem menos razão para proibir o incesto".
20.Lévi-Strauss critica a repugnância e timidez de sociólogos e antropologos como Lévy-Bruhl.

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